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A Ética de Cristo e a nossa ética – Parte IV

E nós, cristãos? Como agimos diante das pessoas que esperam de nós uma atitude no mínimo coerente? Afinal, “ser cristão”, é assumir uma vivência que se assemelha à daquele que ousamos chamar de Mestre.

mulher adúltera

Todavia, a postura “cristã” pode destoar e muito da postura do Servo Sofredor, Jesus de Nazaré. Nas fileiras do cristianismo não faltam leigos/as, religiosos/as, padres e bispos que até são muito bons no que fazem: esforçados no pastoreio, dedicados no apostolado, austeros na medida, cumpridores de leis e normas, amantes do papa e dos santos/as. Em tese: são ótimos católicos. Em matéria de religião: nenhuma ressalva. Todavia, no que tange à configuração de suas vidas à vida do Cristo, deixamos muito a desejar. Caridade, Misericórdia e Espírito de doação [mais do que de renúncia], definitivamente, não fazem parte do código de conduta de alguns.

De um modo geral, diante das inúmeras situações de injustiças que presenciamos, das que ouvimos e daquelas que nos chegam pelos noticiários, uma reação é costumeira: indignamo-nos, e só. Nossa indignação frente aos horrores deste mundo não serve para nada e não nos coloca em situação melhor do que quem desencadeia o infortúnio do outro. O que nos identifica, de fato, com o proceder de Jesus e com a sua vida, é o como nos colocamos perante os acontecimentos do mundo e, especialmente, de cada homem e de cada mulher à nossa volta.

Evidentemente, não se espera que resolvamos todos os infortúnios do mundo. E nem poderíamos. Igualmente, não se espera que saiamos de nossos lugares para desbravar novos caminhos, ainda que seja louvável esta busca. Mas, o que não se pode tolerar é que nós, ao ser questionados a respeito de nosso semelhante, daquele que jaz ao nosso lado, caído pela dor, pela calúnia, pela humilhação, pela mentira e pela morte voraz, saiamos com aquela mesma resposta de Caim: “por acaso sou o guarda do meu irmão?” (Gn 4, 9). Pois, tendo a Vida, as Palavras, as Obras, a Morte e a Ressurreição de Jesus diante de nossos olhos, a nossa resposta não poderia ser outra: Sim, eu sou o guarda do meu irmão!

A vida do outro, em grande medida, diz respeito a mim e sou, indubitavelmente, responsável por sua vida e/ou por sua morte. De algum modo, a vida do outro toca a minha vida, e ela está, sim, em minhas mãos. Dizer o contrário é prescindir daquilo que o Crucificado não abriu mão e não voltou atrás: “ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).

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Por, Diácono Claudemar Silva

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