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18/08/2013 – "Bem-Aventurada"

Reflexão Dominical:

Somente quando uma vida chega ao termo é que temos condições de compreender o que antes, não podíamos; a vida revisitada descortina sentidos que permaneciam secretos. Por isso, quando celebramos a assunção de Maria, sua glorificação, nossos olhos se dirigem nesse evangelho, para o início, quando ela entra na cena bíblica. E entendemos que a glorificação final de Maria, não foi nada mais do que a plenificação da experiência de uma vida: “Minha alma (vida) glorifica ao Senhor” (Lc 1, 46).

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Mas quem foi essa mulher elevada aos céus? Não foi uma rainha vestida com ricos brocados, certamente, mas uma pobre virgem, campesina. Por isso, Nossa Senhora, não é uma Rainha aos moldes das grandes monarcas, mas é a Virgem de Nazaré, a mesma pobre serva que se reconhece como bem-aventurada, por conta do que Deus pode realizar e não por seus méritos próprios. E mais: ela compreende o sentido de eleição; Deus não escolhe a alguns, somente, mas por meio de alguns, quer chegar a todos. Junto dela –pobre serva –todos os humildes, indigentes, os pobres de cada geração receberão a graça de Deus e reconhecerão que Ele foi misericordioso dando seu Filho.

O evangelho de Lc 1, 39-56, mostra uma mulher disponível. De reconhecer as maravilhas que o Senhor promove em sua vida, Maria passa ao serviço, à missionariedade. De encontrada por Deus, ela corre ao encontro. E ao Deus que fez em sua vida maravilhas, ela canta os indícios de uma boa-notícia: humildes se alegrarão e os soberbos ficarão desconcertados; os poderosos serão derrubados e os humildes finalmente exaltados; os pobres serão saciados e os ricos sairão de mãos vazias. Deus, afinal, não deixa suas promessas sem cumprimento.

Ora, diante desse canto de Maria não podem passar tais perguntas: que alegrias nós podemos proclamar para tantas mulheres ainda discriminadas? Como proclamar bem-aventurados os miseráveis, sem o cinismo de não lutarmos com eles e por eles? Como, afinal, falar de um Deus que cumpre suas promessas se não vem logo a “glória” tão esperada? Ela estará, por acaso, reservada só para depois dessa vida?

Com efeito, haverá sempre o ainda-não, a plenitude reservada para a glória junto de Deus. Mas, “já agora” é urgente a nossa postura de glorificarmos a Deus com a nossa vida. De também nós, assumirmos a missão de dar à luz Cristo, para um mundo que carece de esperança. As promessas de Deus encontram concretude, enfim, se ao encontrarmo-nos com Ele, corrermos ao encontro de todos aqueles que também merecem viver.

Maria gerou no corpo o que antes gerou pela fé em seu coração: abriu-se à vida. Elevada aos céus, ela é a ‘serva’ que representa o Israel desvalido: foi acolhida pela Vida. A Mãe já participa do que o Filho também dispôs a todos que Ele filiou: da glória de Deus. Então, já destinados a essa realidade, não valerá gerar para o mundo, pela fé, o que a Mãe gerou em seu corpo?

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Por, Eduardo César

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