Celebrou-se nessa quinta-feira (19), em todo o mundo cristão, a Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo, tradicionalmente conhecida como Corpus Christi. Esta Solenidade é ainda reconhecida como sendo a “Festa do Amor”, pois traduz a desmesura do amor de Deus pelo ser humano demonstrado na pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo: “não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). Eis o que Jesus nos fez.
No Vaticano, o papa Francisco lembrou aos fiéis presentes na Basílica papal de São João Maior de Latrão o significado desta solenidade: “Na Eucaristia se comunica o amor do Senhor por nós: um amor tão grande que nos nutre com Si mesmo; um amor gratuito, sempre à disposição de todos os famintos e necessitados de restaurar as próprias forças. Viver a experiência da fé significa deixar-se alimentar pelo Senhor e construir a própria existência não sobre bens materiais, mas sobre a realidade que não perece: os dons de Deus, sua Palavra e seu Corpo”.
E apelou aos cristãos para que sejam no mundo um sinal concreto desse amor, pois, “além da fome material o homem leva consigo outra fome, uma fome que não pode ser saciada com comida comum. É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. O sinal do maná – como toda experiência do êxodo – continha em si também esta dimensão: era figura de uma comida que sacia esta fome mais profunda que existe no homem. Jesus nos dá este alimento, assim, é Ele mesmo o pão vivo que dá vida ao mundo. Seu Corpo é verdadeira comida sob a espécie de pão; seu Sangue é verdadeira bebida sob a espécie de vinho. Não é um simples alimento com o qual sacia nossos corpos, como o maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substancia deste pão é Amor”.
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Na Diocese de Uberlândia, o bispo diocesano, Dom Paulo Francisco Machado, em missa presidida na Catedral Santa Teresinha do Menino Jesus, que teve início às 15h, fez memória da instituição da Eucaristia por Jesus em sua última ceia com os discípulos. Segundo Dom Paulo Francisco, a pão e o vinhos consagrados, apesar de manterem a aparência de pão e de vinho, são substancialmente alterados no corpo e no sangue de Jesus Cristo.
De fato, a presença real de Jesus nas espécies consagradas é basilar para a fé cristã, pois, a Igreja nasce justamente desta compreensão em torno da “fração do pão” que se torna alimento para a vida da comunidade. Assim viveram os primeiros cristãos, conforme relato do livro dos Atos dos Apóstolos (cf. At 2, 41ss). A “fração do pão”, gradativamente, foi adquirindo uma importância capital no senso de fé dos cristãos: “a eucaristia faz a Igreja”, posta como referência do simbolismo de unidade e de comunhão entre todos, a exemplo do corpo que, sendo muitos membros, é um só e indiviso, tal como pregava Paulo em suas cartas às primeiras comunidades, especialmente à de Corinto.
Dom Paulo Francisco, além de anunciar a fé no mistério eucarístico, aproveitou a data solene para denunciar o que chamou de “self-service” da eucaristia. Segundo o religioso, a Eucaristia é dom imerecido e, como tal, deve ser dada e dignamente recebida. Tal dignidade, entretanto, não significa uma vida sem pecados ou sem imperfeições, mas bem o contrário, salientou: “é remédio para os doentes e os pecadores”.
Também o papa Francisco, em homilias passadas, havia feito menção a esta característica da Eucaristia: “quem não se reconhece pecador que não venha à missa”, afirmou o sumo pontífice em missa presidida no dia 12 de fevereiro deste ano, numa clara alusão ao caráter universal da comunhão eucarística, especialmente para aqueles que se sentem em condição de pecado.
O ELODAFE ouviu alguns padres que afirmaram que em suas Paróquias houve grande participação de fiéis. Pe. Sebastião Ernane, pároco da Paróquia São João Batista, afirmou que a participação dos fiéis na celebração de Corpus Christi foi expressiva, ainda mais pelo fato da Paróquia está em festa pelo seu padroeiro. Pela manhã houve procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas do bairro Segismundo Pereira. Na Paróquia São Mateus, no bairro Finotti, houve missa às 09h na Igreja Matriz com a participação dos fiéis leigos das três comunidades que compõem a Paróquia. Pe. Itamar de Almeida Machado, pároco da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro Roosevelt, comentou-nos que na Igreja Matriz houve presença de fiéis durante todo o dia, inclusive para a adoração ao Santíssimo Sacramento. Como já é de costume, a Paróquia produziu os famosos “tapetes de corpus christi”, confeccionados pelos próprios agentes das pastorais e dos movimentos da Paróquia. Após a última celebração do dia, às 19h, houve procissão com o Santíssimo pelo entorno da Igreja Matriz.
Recebemos ainda via Whatsapp informações de que em outras Paróquias da Diocese também foram confeccionados tapetes, como é o caso da Paróquia Bom Jesus, no bairro Bom Jesus, e da Paróquia Nossa Senhora de Santana, em Indianópolis.
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É pena que são raros os momentos em que a igreja enfatiza a adoração ao Corpo de Cristo, enquanto tantos necessitam de curas.