Confira o discurso de Dom Paulo Francisco Machado, bispo diocesano, na inauguração do MAS – Museu de Arte Sacra – ocorrido na última sexta-feira, 01.
Temos a alegria de inaugurar o Museu de Arte Sacra da Diocese de Uberlândia. Essa iniciativa se insere na linha de nossa “atividade fim”, determinada pelo próprio Cristo: evangelizar. Realmente, a Igreja existe para anunciar, por palavras e atos, a boa nova da salvação realizada por Nosso Senhor.
Desde seu início, ela vem promovendo o desenvolvimento de inúmeras ações de serviço às pessoas, em especial às mais desamparadas, seja patrocinando e fundando – como por exemplo, na Idade Média – as Universidades, como instituições dedicadas ao ensino, pesquisa e extensão; seja atendendo as necessidades dos doentes (santas casas de misericórdia); seja defendendo pessoas mais vulneráveis da sociedade.
Quanto aos museus, a Igreja foi precursora dessas instituições. Foi na Roma dos papas, especialmente no século XVI, que se formaram algumas coleções de obras de arte da antiguidade que, podemos afirmar, foram os primeiros museus, a ponto de Michel de Montaigne, no ano de 1581, visitando a Cidade Eterna, apresentar suas preferências: o Adonis na casa do bispo de Aquino; a loba de bronze e a criança que arranca o espinho, no Capitólio (da coleção do papa Sisto IV); o Laocoonte no Belvedere (do papa Júlio II).(1)
Uma vez que o cristianismo professa a fé na Encarnação do Verbo, ou seja, que Deus verdadeira e misteriosamente assumiu por completo a natureza humana, tudo o que concerne à nossa natureza, é de interesse da Igreja, dos discípulos de Jesus. Como afirma um dos primeiros teólogos cristãos, Irineu de Lião, “a glória de Deus é o homem vivo”, a pessoa desenvolvida em todas as suas potencialidades. Daí , o progresso humano se encontra em consonância com o plano de Deus para a humanidade.
A Igreja Particular de Uberlândia, seguindo os passos de seu Mestre, que veio para servir, e formar discípulos servidores, quer contribuir com nossa sociedade, mostrando um pouco de sua história, seus feitos, seus membros, suas expressões de fé, quer falar da importância da religião para a cultura humana.
Pretendemos fazer exposições nas várias comunidades espalhadas pelo território da Diocese, queremos apresentar o fenômeno religioso, como aspecto verdadeiramente integrante da vida humana. Nesse sentido, procuraremos promover o ecumenismo com as comunidades cristãs e o diálogo religioso com as demais religiões.
Há cem anos nascia a arquiteta Lina Bo Bardi, idealizadora desse conjunto arquitetônico. Sei que ela se encantava com o jeito simples de nossa gente e, certamente, se alegraria em saber que sua obra hoje não só promove, para os que têm fé, a adoração o louvor a Deus, mas, também, é um espaço de encontro humano, um espaço cultural.
Quero finalizar, apresentando meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas e instituições que tornaram possível esta realização. Sei da necessidade de continuar contando com o apoio e a generosidade de tantos , que “vestiram a camisa” dessa nobre causa. Não cito nomes porque a lista seria muito extensa e, para não incorrer na falha de me esquecer de nomear algum amigo, alguma amiga, mas, não posso deixar de agradecer a toda a comunidade paroquial do Espírito Santo do Cerrado, uma comunidade paciente e brava, verdadeiramente empenhada em tornar realidade este sonho. Agora podemos afirmar, que a vocação especial desta paróquia é a de evangelizar através da arte, da preservação de nossa memória, enfim, da cultura.
A todos, muito obrigado. Deus os abençoe.
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O Museu de Arte Sacra – MAS – da Diocese de Uberlândia fica localizado à Rua dos Mógnos, 355, bairro Jaraguá.
Horário de funcionamento:
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