É outubro. Mês missionário. Em nossa Diocese, somos agraciados com a presença terna de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, nossa padroeira, celebrada solenemente no dia 1º.
A vida e o ministério de Teresa é quase uma incoerência com o conceito moderno de missão: aquele que segue para lugares distantes do seu para anunciar ali a mensagem do Evangelho. Não consta na biografia da “santinha das rosas” que ela tenha saído de seu Carmelo para testemunhar sua adesão a Cristo e ao Seu Evangelho em terras longínquas. No entanto, sua vida foi uma constante “saída” de si mesmo para o outro.
Para os padrões atuais de expectativa de vida, Teresa de Jesus viveu relativamente pouco: “apenas” 24 anos de vida. Se compararmos a intensidade com que ela viveu com o modo de viver da maioria dos nossos jovens contemporâneos constataremos, talvez sem assombro, que nos falta muito do idealismo, da convicção e da doação vividos por aquela jovem religiosa da região da baixa-Normadia francesa, a oeste de Paris.
Segundo a Doutora da Igreja, solenemente proclamada por João Paulo II em 19 de outubro de 1997, Missão é, antes de tudo, “viver o amor e a caridade”. Daí, o seu ideal: “passarei o céu na terra”, pois, “na Igreja, minha mãe, serei o amor”. Eis a síntese acabada de Missão: viver o amor onde quer que estejamos. Assim, onde estivermos, ali, como planta semeada junto às águas correntes, seremos capazes de florir e dar frutos a tempo e a contratempo.
O papa Francisco, em sua Exortação Apostólica pós-sinodal sobre a Nova Evangelização, Evangelii Gaudium, afirmou: “todo discípulo é, necessariamente, missionário”. Adquirimos, graças ao batismo, por que incorporados à vida do Cristo, o Eterno Missionário do Pai, a mesma faculdade intransferível de sermos promotores do Seu Reinado: “ide por todo o mundo e pregai o Evangelho” (Mt 28,19). E este mundo começa em nossa casa, junto dos nossos, ao nosso derredor, e não alhures.
Anunciar, portanto, o Evangelho é mais do que falar ou reconhecer-se pertencente a esta ou àquela denominação religiosa. Tornar-se discípulo-missionário equivale a se parecer com Cristo, tendo, com Ele, os mesmos sentimentos; o seu pensar e agir (cf. Fl 2, 2).
Que a vida e o exemplo de Teresa de Lisieux inspirem em todos nós, fiéis diocesanos, o firme desejo de imitá-la no seguimento e no compromisso com O único capaz de nos tornar plenamente felizes: o Amor de noss’alma.
Fraternalmente,
Pe. Claudemar Silva
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