O fundador do Opus Dei – São Josemaría Escrivá gostava de recordar o seu batismo e frequentemente, ao passar junto à pia onde fora batizado repetia: ‘Aqui me tornei cristão’ e acrescentava: ‘és filho de Deus. – Não o esqueças!’
Somos criaturas de Deus visto que por Ele fomos criados. Mas, por meio da redenção operada por Jesus Cristo fomos feitos filhos adotivos de Deus. Essa graça da filiação divina é assumida por uma pessoa no instante em que é levada à pia batismal e o ministro pronuncia as palavras ‘… (nome da pessoa), eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’. É o início da presença do Espírito Santo na alma. O Espírito Santo nos faz filhos de Deus e coherdeiros com Cristo e nos transforma em templos para Sua própria morada. ‘O novo batizado é agora filho de Deus no Filho único’ – CATEC 1243.
‘Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato’ – I Jo 3, 1. Como a posição de príncipe desaparece diante de Deus assim também toda posição terrena desaparece diante do privilégio da adoção de filhos do Todo-Poderoso. A consideração desta realidade levou uma filha do Rei Luis XV da França a se fazer carmelita descalça. Uma vez, quando ainda vivia na corte, esta princesa repreendeu seriamente uma criada. Esta, uma criada cristã, verdadeiramente devota, docilmente fez entender à sua senhora que sua reprovação era injusta. Exasperada, a princesa disse: ‘Não sabes que sou filha de um rei?’ ‘E eu, respondeu a criada, eu sou filha de Deus’.
Que coisa incrível, surpreendente! Uma cristã, convicta de sua filiação divina ajuda a filha do rei a se tornar carmelita descalça. Penso no testemunho singelo, simples a que os cristãos são chamados a dar neste tempo em que a cultura de morte se alastra por todos os lados. O papa Francisco pediu recentemente aos católicos que se informem sobre o dia em que foram batizados e que o celebrem a cada ano. Neste pedido vejo o apelo de um pai ocupado com o bem não só dos filhos, pois aquele que valoriza a graça inestimável da adoção como filho de Deus e aprecia sua alta dignidade ‘se eleva e eleva o mundo’ (Elisabeth Leseur).
Que chegue a todos os católicos o pedido do papa e pelo mover do Espírito Santo ninguém se esqueça: ‘és filho de Deus’.
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Por, Ana Neucele
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