O Concílio Vaticano II, na Constituição Sacrossanctum Concilium sobre a sagrada Liturgia, apresentará uma compreensão da natureza da liturgia e sua função na vida da Igreja, evidenciando-a, não como mero fazer ritualista, mas como momento histórico em que “a obra de nossa redenção se realiza”.

Deus em sua bondade infinita quer que toda pessoa se aproxime dele, conheça o mistério da sua vontade e tome parte na comunhão da sua vida. A comunhão que Deus oferece foi, por muitas vezes, rejeitada pela humanidade e, no entanto, no desejo de que todos se convertessem a Ele, sempre esteve em diálogo com suas criaturas desde o início, exortando, pela palavra dos profetas (Hb1,1ss), os pais e mães da fé,.
Nos últimos tempos, Deus aproximou-se definitivamente da humanidade penetrando a história humana por meio da Palavra que foi feita Carne, tornou-se “Deus conosco!” Morando em nosso meio, nos revelou a misericórdia e o amor Divinos. Esse Amor realizou a perfeita reconciliação das criaturas com o Criador e pelo Mistério Pascal de Jesus Cristo, atraiu tudo e todos para a comunhão com Deus.
A Igreja vive esperando vigilante a vinda de Nosso Senhor. Ela é sacramento de Cristo, sustentada pelo Espírito Santo, para continuar no mundo a obra da salvação. Por ela a graça de Cristo deve alcançar a todos. Cristo, o Apóstolo do Pai, envia a Igreja, no Espírito, para proclamar e anunciar às criaturas as maravilhas que realizou por sua morte e ressurreição. A salvação ofertada no Mistério Pascal de Cristo e que a Igreja anuncia, realiza-se através da liturgia, pelo sacrifício e os sacramentos celebrados pela comunidade de fé (SC 6).
O Mistério Pascal de Jesus Cristo é o centro da liturgia celebrada pela Igreja, pois este Mistério é o ponto alto da Revelação de Deus para a salvação de todos. Através dos sinais sensíveis da liturgia, o corpo místico de Cristo, que é a Igreja peregrina e sua Cabeça Cristo, glorifica a Deus publicamente ao mesmo tempo em que a graça realiza a santificação dos seres humanos. Nesse sentido, a liturgia, realizada por meio de sinais sensíveis, gestos e palavras, é o exercício do Sacerdócio de Cristo, pois é Nele que se glorifica o Pai e se santifica a humanidade.
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Por, Tânia Mayer
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