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"Os relacionamentos sociais podem ser melhorados a partir de um maior conhecimento da geografia das religiões", afirma participante de minicurso

Deus-no-deserto

Pe. Joachim Andrade é indiano, graduado em Teologia, Filosofia, História e Literatura Inglesa; mestre em Antropologia Social e doutor em Ciência da Religião. Tem experiência na área de teologia, atuando principalmente nos seguintes temas: dança bharata natyam, ensino religioso, missão, antropologia da religião e sagrado.

Sob a organização e o convite dos alunos do 8º período de Teologia da Faculdade Católica, tivemos o prazer de recebê-lo, em Uberlândia, neste último final de semana (23 e 24 de maio), ministrando a palestra intitulada “Deus do Deserto – Deus do Vale”.

Com os olhos voltados para a geografia, Pe. Joachim demonstrou que a análise do espaço físico é primordial e essencial para a compreensão do fenômeno religioso em suas diversas expressões. A sua busca se constrói desde o início do conceito de religião dos povos primitivos, e observa uma diferença de visão peculiar tendo como ponto de partida o local onde estes povos se encontram. O resultado é distribuído em duas faixas: religiões da terra fértil (Hinduísmo, Budismo, Sikhismo, Taoismo e Sai Baba) e religiões do deserto (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo).

Foto de Leandro Nazareth
Foto de Leandro Nazareth

Nas regiões de terra fértil, a geografia é favorável e tudo que se planta, dá bons frutos. A partir desse cenário, o povo enxerga um Deus tranquilo (imanente), que se manifesta nas plantas, nas flores e na imensa beleza da natureza ao seu redor. Então o conceito da reencarnação surge a partir desta mentalidade. Pelo fato de não terem uma vida tão dura, o consenso indica que é proveitoso voltar a este mundo.

Já no deserto, esse mesmo conceito seria muito difícil de surgir, pois a vida é dura, cheia de perigos e surpresas. Pelo fato de tudo girar em torno do medo e sofrimento, o ser humano deposita a sua esperança em um Deus que está longe, um Deus transcendente.

No sábado, o palestrante demonstrou as principais tradições, com bastante propriedade, perpassando o caminho geográfico a partir de uma leitura antropológica do texto sagrado.

Dentro de sua abordagem, mostrou-nos a necessidade de reconhecimento das diferenças entre as várias tradições, apontando este como sendo o primeiro passo para um diálogo inter-religioso, concluindo que os relacionamentos sociais podem ser melhorados a partir de um maior conhecimento da geografia das religiões.

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Por, Gilson Rocha

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