Padres casados? No Brasil?
Chega até mim, desde o Brasil, uma notícia que causaria uma verdadeira revolução na Igreja. Em diálogo com a Congregação para o Clero, se está buscando um modo de ordenar “ad experimentum” “viri probati” para superar a falta de sacerdotes nas dioceses da Amazônia. A Amazônia poderia ser o primeiro lugar no mundo no qual existiriam, no rito latino, sacerdotes com família.

A iniciativa seria do Card. Cláudio Hummes, outrora prefeito da Congregação para o Clero, agora arcebispo emérito de São Paulo, onde continua, porém, não obstante os 80 anos de idade, há pouco atingido, a estar ativo num encargo diocesano análogo àquele de Vigário episcopal e como responsável pela região amazônica [na CNBB]. Cláudio Hummes é o cardeal que Jorge Mario Bergoglio quis ao seu lado quando apareceu, logo após a eleição, na sacada da Basílica de São Pedro. Segundo alguns especialistas, o próprio Cláudio Hummes teria sido um dos principais articuladores e organizadores da eleição de papa Francisco.
Hummes, quando Prefeito do Clero, tinha a ideia de levar avante o projeto da ordenação dos “viri probati”, mas não foi bem sucedido em seu intento. Entende-se por “viri probati” os homens de comprovada fé, anciãos, casados ou viúvos, que nas antigas comunidades católicas eram ordenados como sacerdotes para suprirem as necessidades de comunidades cristãs isoladas, geralmente situadas em zonas pouco acessíveis e distantes do centro das dioceses.
O Card. Hummes, além de estar em diálogo sobre este assunto com a Congregação para o Clero, falou naturalmente com os bispos da Amazônia. Um destes, D. Erwin Kraeutler, bispo de origem austríaca, missionário no Brasil, prelado do Xingú, na região amazônica, disse em abril deste ano que conversou com o Papa Francisco sobre a hipótese de que fossem ordenados os tais “viri probati” — para assegurar a assistência espiritual em um território de 700 mil fiéis, 800 comunidades e apenas 27 padres.
“Contei ao Papa que sou o bispo da diocese de maior extensão do Brasil, com 700 mil fiéis, e que nossas comunidades podem celebrar a eucaristia apenas duas ou três vezes por ano”, disse D. Krautler numa entrevista à Salzburger Nachrichten. “Em relação às necessidades das nossas comunidades, falou-se também dos viri probati, os homens casados, de fé segura, que são ordenados padres”
Se a iniciativa do Card. Hummes se concretizar, a Amazônia poderia ser o primeiro lugar no mundo no qual existiriam, no rito latino, sacerdotes com família.
Fonte: cimi
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