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Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi concluída na Comunidade Luterana

Nesse Domingo, 24 de maio, a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Uberlândia sediou o encerramento da Semana de Oração pela Unidade Cristã. O encerramento deu-se no dia em que a Igreja celebrou o Pentecostes – a vinda do Espírito Santo. Participaram da celebração os membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãos (CONIC), da Diocese de Uberlândia e demais fiéis de diferentes confissões, dentre os quais as irmãs de São José.

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A celebração que foi presidida pelo pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Jonas Zenker Bieir, contou com a presença do Padre Baltazar, da Igreja Católica Apostólica Romana (Diocese de Uberlândia), Frei Patrik, também católico romano da Ordem dos Frades Menores e atuante na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Padre Gregório Maragna e Hipodiácono Iácovos, ambos da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Grega da Diáspora, Reverendo Lusmiro Antônio da Igreja Anglicana do Brasil e Manoel Lázaro da Igreja Apostólica Fonte da Vida.

Ao início da celebração Pastor Jonas destacou as experiências e alegrias vivenciadas ao longo da semana, que contou com celebrações todos os dias, desde Domingo (17/05), quando esteve presente o Arcebispo Ortodoxo, Dom Athanasio. Pastor Jonas chamou atenção para o fato de que,

“essa semana cheia de atividades, essa semana cheia de alegrias, cheia de partilha, cheia de encontro com diferentes comunidades, diferentes pessoas, diferentes lugares, mas todos unidos pelo mesmo Espírito. Espírito esse, hoje, que Deus envia, nos presenteia, no dia de Pentecostes. Que bom que nós podemos como povo de Deus reunido celebrar também essa chegada do Espírito Santo. Sim, Jesus prometeu que não ficaríamos sozinhos. De fato, não estamos sozinhos. Que Deus abençoe a nossa celebração, que Deus esteja com cada um e cada uma de nós nesta noite. Amém”.

Durante a celebração os presbíteros, pastores, religiosos e religiosas e, o hipodiácono presentes concelebraram dividindo entre si diferentes partes da liturgia. Pastor Jonas, enquanto presidente da celebração realizou a Santa Ceia, consagrando e distribuindo aos fiéis presentes as frações do pão e do vinho, Corpo e Sangue do Senhor. A pregação da palavra (comentário do Evangelho) ficou a cargo do Padre Baltazar. A seguir trechos da pregação de Padre Baltazar.

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“Meus irmãos e minha irmãs, estamos pelo vigésimo ano consecutivo celebrando em Uberlândia, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. É algo que a gente caminha devagar – com os passos da nossa fragilidade. A cada ano nós temos um tema. Este ano um texto belíssimo, no Evangelho de São João que é tema desta semana de oração, ‘dá-me de beber’. No Evangelho acabamos de ouvir: Jesus pede e também oferece água à samaritana. Jesus cansado e sedento senta-se ao lado do poço de Jacó com uma mulher com o balde vazio, coração vazio busca água. Jesus quebra preconceitos de raça, de sexo, de religião. Jesus, poderíamos dizer, esta é uma transgressão de Jesus. Jesus transgride quatro preceitos e costumes que estavam arraigados. O primeiro: um judeu não dialoga com uma samaritana; o segundo: um mestre não procura discípulas; o terceiro: um justo não se aproxima de uma mulher […]; e o quarto: um homem não dirige a palavra a uma mulher publicamente. Jesus toma a iniciativa: ‘dá-me de beber’. A mulher estranha. No texto completo deste diálogo os discípulos também estranham: ‘Falar com uma mulher samaritana?’. Temos que para em alguns pontos para refletir. Diz o texto: ‘por volta de meio-dia’ e em outros textos do antigo testamento muitas vezes ocorre de ir ao poço. […] Por que meio-dia?  Numa das possíveis interpretações, porque é a hora que uma mulher que não é bem vista poderia ir lá sem encontrar ninguém. Uma das possibilidades. Mas se observarmos o Evangelho de São João meio-dia recorda a hora […] onde ele declara – no relato da paixão segundo São João – do diálogo nasce a mútua compreensão. A mulher descobre em si mesma uma sede muito mais profunda de amor, pois apesar dos cinco maridos vivia um grande vazio. Jesus lhe revela uma água limpa, capaz de saciar qualquer sede humana. Inicialmente ela fica confusa. No final ela pede dessa água – reconhece Jesus como Salvador. Descobre que Deus deve ser adorado em espírito e em verdade. Abandona o velho balde – os nossos velhos baldes: da incompreensão, da falta de diálogo, do julgamento […]. Anuncia ao povo a verdade. Então, nesse caminho da samaritana esse diálogo mostra a grande pedagogia de Jesus: que se revela aos poucos, não goela abaixo, até chegar à manifestação plena. No começo a mulher só pensa na água material, seus desejos e aos poucos começa a entender e aceitar a proposta de Jesus. Inicialmente, ela vê nele apenas um judeu viajante. Depois o chama de Senhor. Em seguida o reconhece como profeta. […] Abandona, então, o balde que dá acesso a duas propostas limitadas de felicidade e corre até a cidade para anunciar. Esta mulher desprezada após escutá-lo torna-se a primeira grande discípula, torna-se a primeira grande missionária, antes mesmo dos apóstolos. Por isso o poço é símbolo de todas as situações humanas. Na esperança de encontrar a nossa felicidade. […] Essa água não satisfaz plenamente todos os dias. A água de Jesus é o Espírito de Deus. O amor que enche os corações. Só Cristo mata definitivamente a sede de vida. Essa água nos faz pensar também a água do nosso batismo, aquilo que nos une. Muitas vezes estamos mais preocupados com as diferenças. Como disse na abertura, Dom Athanasio, com as cores, com as diferenças dos paramentos. No batismo nós tivemos o nosso primeiro encontro. No passado o poço sempre foi o lugar de encontro – os seres humanos continuam hoje, ainda, procurando um poço para saciar sua sede profunda de vida. Buscam cada vez mais coisas, o consumismo, a destruição da natureza, a poluição das águas, a crise hídrica. Buscam cada vez mais coisas para saciar. […] Cristo continua vindo ao nosso encontro – senta junto ao nosso poço e nos diz: ‘quem tiver sede vem a mim e beba’. […] Quando não encontramos o Cristo ficamos extremamente preocupados com os nossos problemas, os nossos desejos, porque o nosso coração fica repleto de incerteza e insatisfação. Por isso precisamos todos os dias […] encher nosso velho balde […]. Agradecemos a Deus, Nosso Pai, o dom da conversão, o dom da humildade e a graça de encontrar Jesus que está sempre junto ao nosso poço. E reconhece-lo no poço e no rosto de cada irmão, de cada irmã – desfigurado, desfigurada, marginalizado, marginalizada. Assim procedendo em nossa caminhada teremos sempre a água prometida por Jesus. Não precisaremos mais do nosso velho balde, sentiremos a necessidade de correr e anunciar a todos […]”.

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Ao final da celebração o Pasto Jonas agradeceu a presença de todos e destacou novamente as alegrias dos encontros promovidos ao longo da semana. Enfatizou que a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que todo ano é organizada por um país, desta vez foi organizada por brasileiros do CONIC. Após a celebração, ocorreu um breve momento de confraternização entre os presentes.

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Por, Leandro Oliveira

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