A Igreja no Brasil e no Mundo

Vigília pela paz na Terra Santa

TerrasantaVO Reino de Deus, anunciado por Jesus, sugere desde sempre, uma Igreja comunhão, onde todos vivem a fraternidade proposta pelo Mestre. Fruto da última Assembleia da CNBB, a Igreja no Brasil trouxe mais um importante documento de estudos, o 107, que enfatiza novamente a reflexão sobre os Cristãos-Leigos.

Cesar Kuzma, teólogo leigo, doutor em Teologia e Professor da PUC-Rio, esteve presente na Assembleia e, logo após o término do encontro em Aparecida (SP), publicou relatos de sua experiência. “Com 37 anos de idade, casado há 11 anos, pai da Julia, que tem 2 anos e 6 meses, e o Daniel, de apenas 11 meses, digo a vocês que a família é o que temos de mais precioso e, também, é o que temos de mais sensível, pois tudo a atinge e nela devemos ser sempre zeladores, cuidadores da vida que nos foi confiada e que é a nossa missão, mas ao mesmo tempo devemos ser promotores da justiça e da dignidade para todos”.

Cesar salientou que os leigos são a maioria dos fiéis que compõem a Igreja e têm nela uma missão específica, única e insubstituível. “A grande intenção da Assembleia dos bispos em Aparecida foi aproveitar a celebração dos 50 anos do Vaticano II e expor a todos uma das grandes riquezas conciliares.”

O teólogo lembrou que foi no momento da definição de Igreja-Povo de Deus, que se projetou no Concílio o aprofundamento sobre o laicato. “Acreditou-se que o tempo favorável que se vive com o papa Francisco, as fortes críticas contra o clericalismo e as indagações de mudanças eclesiais apontadas na exortação Evangelii Gaudium (em 2013) e as novas urgências sociais que nos cercam, tornariam a temática relevante, em busca de Leigos maduros e conscientes de sua vocação e missão na Igreja e na Sociedade.”

O documento 107 traz como tema “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade: Sal da Terra e Luz do Mundo”. Como prática da CNBB atual, ele ficará por um ano em estudo (cor verde), a fim de que comunidades, grupos e membros diversos da Igreja (sobretudo, os Leigos) possam estudar e apresentar à Comissão responsável as suas contribuições e críticas. Na Assembleia do próximo ano, em 2015, o mesmo assunto será contemplado e, com possíveis alterações, se aprovado, passará a cor azul, em versão definitiva.

“O documento não pretendeu apenas repetir argumentos e fórmulas já descritos no Concílio e muito bem elucidados pela Exortação Christi Fideles Laici, de João Paulo II e no documento 62 da CNBB. Levou-se em conta que o contexto em que o Leigo está inserido, hoje é um contexto plural e complexo, portanto, entender este novo conceito para situar melhor esta missão era algo essencial”, completou Cesar, que iniciou sua caminhada na Pastoral da Juventude e recorda, com orgulho, dos ensinamentos da mãe e da experiência de Pastoral que o levaram às comunidades, às ações pastorais e sociais, às palestras e assessorias a grupos de jovens, de casais e de pastoral social e cultural.

“O leigo, no mundo, é sujeito de sua vida e de seu destino. Ele decide pelo seu ir e vir; assume a responsabilidade pelo que lhe é de dever. O que se quis foi garantir que este Leigo, enquanto ser do mundo, é um ser da Igreja no mundo, sem qualquer separação entre Igreja e mundo, mas salvaguardando a questão sacramental do Vaticano II e a questão eclesiológica de Povo de Deus, com a qual, pelo Batismo, confirma que todos os membros da Igreja são ‘sujeitos eclesiais’ e sujeitos de autonomia no exercício de sua missão. Uma missão autônoma, que é confiada por Cristo e vivida em comunhão. Pensa-se, na sequência, em como organizar o Laicato, enriquecendo ainda mais as ações já desenvolvidas por estes e que carecem, em alguns lugares, de certo apoio institucional”, complementou Cesar.

Professor de teologia, pai e agente de pastoral, Cesar tem orgulho do caminho que fez como leigo e afirma que não saberia ser Igreja de outra maneira. “Acho sublime, e me encanta, saber que a condição batismal, muito bem descrita na Lumen Gentium nos garante esta plenitude. Assim o Leigo é alguém que está no mundo, que se despoja para estar nele, que é rosto da Igreja no mundo e o rosto do mundo na Igreja, como atestou a Conferência de Puebla, e Aparecida repetiu e reafirmou.”

Fonte: dom total

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